O Dia Internacional da Mulher, comemorado na última quarta-feira (8), foi lembrado com a apresentação do espetáculo “Maria”, do Coletivo Flores, que trata da violência de gênero. O evento, produzido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres em parceria com o CIEMH² e o Sindipetro NF, foi realizado no teatro do sindicato. Em seguida, aconteceu roda de conversa com a participação da vereadora Izabella Vicente, da diretora do Sindipetro, Leide Morgado, da coreógrafa e intérprete, Luize Pessanha e da coreógrafa Tais Vieira, mediada pela secretária da pasta, Sheila Juvêncio.
O espetáculo “Maria” aborda o tema da violência doméstica de forma poética a partir de relatos verídicos, estudados a campo e transformados em dança experimental a partir do corpo urbano do Coletivo Flores. O trabalho corporal virtuoso desenvolvido a partir de uma narrativa linear feita com dança, tem como finalidade aproximar as pessoas da “história” para que possam se identificar com os artistas em uma conversa coreográfica de forma intensa e dirigida às possíveis emoções. Os intérpretes criadores desta apresentação foram Renato Mota e Joyce Pacheco.
Idealizado a partir do espetáculo PENHA, o trabalho é uma obra para espaços urbanos e alternativos sem recursos de iluminação ou estruturas técnicas e foi pensado como quem conta um conto real a ser visto em movimentos. A direção e concepção são de Taís Vieira e a coreografia está à cargo do Coletivo Flores. A produção é de Dilma Negreiros e a sonorização/produção musical feita por Taís Vieira e Thiago Morethe.
Após a apresentação, a secretária Sheila Juvêncio deu início à roda de conversa falando sobre o impacto que o espetáculo traz para o público. Em cena, os bailarinos retratam agressões e situações em que a mulher é vítima de violência.
“É muito difícil não ficar impactado, porque assistir cenas como essas nos trazem muita dor. Todo mundo conhece alguém que já sofreu violência, uma amiga, alguém da família, você mesma. Mexer nessa ferida é dolorido, mas, ao mesmo tempo, muito necessário”, ressaltou.
A diretora do Sindipetro, Leide Morgado, lembrou da importância de espaços como esse para a discussão de políticas públicas para as mulheres e destacou os poucos avanços na igualdade de gênero no setor de óleo e gás: “Acompanhamos as pesquisas do DIEESE e, em 10 anos, o número de mulheres nesta indústria se manteve estável. É algo fundamental a se pensar”, avaliou.
O evento faz parte da programação do “Março Entre Mulheres”, preparada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres para este mês.