A Secretaria de Saúde de Macaé por meio da Coordenadoria Especial de Vigilância Ambiental em Saúde (Cevas) tem mantido ações permanentes de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Dentro desta perspectiva, o órgão tem atuado em diferentes frentes como trabalho de campo, educação em saúde e assistência.
Para atuação de forma efetiva, nos pontos de maior prioridade, a Cevas utiliza um importante instrumento para diagnóstico das áreas prioritárias, que é o Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa). Através deste levantamento, medidas estratégicas são aplicadas para o controle e combate ao mosquito, visando redução dos índices de infestação no município e, consequentemente, o controle das doenças.
Conforme calendário do Ministério da Saúde, no mês de outubro foi realizado o LIRAa, período que antecede o verão, estação marcada pelo aumento da proliferação do Aedes. Segundo o gestor da Cevas, Luan Campos, a meta é fazer com que as ações sejam pontuadas de acordo com o estrato apurado na pesquisa.
“Neste levantamento, dos 131.847 imóveis visitados rotineiramente por ciclo na cidade, foram programados 5.481 imóveis, dos quais 48 foram positivos para Aedes aegypti e 5 para Aedes albopictus na área urbana, enquanto que na área rural foram visitados 433 imóveis, onde não foram encontradas amostras para Aedes albopictus e Aedes aegypti”, disse.
Para realização do Plano Amostral, o município foi dividido em 13 estratos na área urbana e 1 estrato na área rural, localizado na Região Serrana. De acordo com dados comparativos entre indicadores dos últimos LIRAa, houve uma redução significativa nos índices de infestação predial (IIP). Em janeiro, o levantamento apontou um IIP de 1.4% e em outubro 1.0%. Segundo as Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, a Classificação dos Índices de Infestação por Aedes aegypti, apontam que o índice menor que 1% é considerando satisfatório, entre 1 e 3,99% em alerta e, maior que 3,99% em risco.
Para Luan, é preciso levar em consideração os locais onde os dados apontam um índice elevado de infestação, o que acaba aumentando o índice geral. Alguns bairros, de acordo com o índice por estrato, apresentaram um índice de infestação predial de 4,0%, que são Barra de Macaé e Nova Malvinas. Entre os demais bairros visitados, o maior índice foi de 1,9 (Ajuda e Imburo) e o menor 0,2% (Lagomar I, São José do Barreto e Parque Aeroporto II).
Do total de imóveis visitados na amostragem, 63,6% são residenciais, 15,5% terrenos baldios, 13% comércios e 7,8% outros.
Atuação
A equipe da Cevas vem intensificando sua atuação em três frentes de trabalho, como ações de campo, educacional e de divulgação das medidas utilizando a imprensa e as redes sociais oficiais. Os dados do LIRAa são utilizados de forma integrada para complementar o planejamento de utilização do fumacê/UBV no controle vetorial.
O uso do fumacê/UBV é a última ferramenta, de forma complementar, e só pode ser utilizada seguindo critérios do Ministério da Saúde (MS). A pulverização com o fumacê deve ser restrita a epidemias, como forma complementar para promover a rápida interrupção da transmissão de dengue ou de outras arboviroses, de preferência associado aos mutirões de limpeza e eliminação de depósitos, o que vem sendo realizado no município através das Ações Integradas com outros órgãos como Pronta Ação, Secretarias Adjuntas de Serviços Públicos, Defesa Civil e a Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade.
De acordo com a especificações técnicas, este método de aplicação atinge a superfície do corpo do mosquito, reduzindo a população adulta de Aedes, e tem desvantagens como a influência do vento, chuva e temperatura; elimina outros insetos quando usado de forma indiscriminada, além de resultar em pouca ou nenhuma ação sobre as formas imaturas do mosquito. As visitas domiciliares realizadas pelos agentes de endemias segue sendo o padrão ouro utilizado para o controle desses vetores, realizadas durante todo o ano de forma rotineira.
As ações da Cevas seguem metodologia e estratégias de controle e combate à dengue e demais arboviroses que são referências, conforme diretrizes técnicas determinadas pelo Ministério da Saúde.
O emprego de fumacê/UBV pesado tem média eficiência, podendo atingir uma mortalidade média de 40 a 60% dos mosquitos expostos, devendo ser considerado sempre como medida complementar às ações de eliminação de criadouros, mobilização da população, limpeza pública e saneamento urbano, e se não precedida desta forma, não alcança o fim proposto. Mesmo diante de ótimas condições, a pulverização espacial não é capaz de eliminar todos os insetos adultos do vetor, e a população residual do mosquito pode ainda ser suficiente para manter a transmissão.